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Dia Mundial do Meio Ambiente: A relação das florestas com a qualidade de vida no Planeta

05/06/2024

 


Celebrado anualmente no dia 5 de junho, o Dia Mundial do Meio Ambiente foi instituído pela ONU durante a Conferência de Estocolmo, na Suécia, em 1972 com o objetivo de fomentar a reflexão quanto a necessidade de proteção aos diversos ecossistemas para a existência de vida em nosso Planeta. A data visa ainda a promoção da reflexão quanto a necessidade de se pensar em soluções para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade.

 

“O Dia Mundial do Meio Ambiente destaca os desafios ambientais globais e serve como uma chamada sobre a importância de proteger e conservar o meio ambiente. Sua importância está na conscientização, educação, mobilização de diferentes atores, na mudança de atitude e no estabelecimento de cooperação sobre o tema”, explica o Engenheiro Florestal e presidente do Conselho Deliberativo e Fiscal e do Comitê de Ética da APEF (Gestão 2024-26), Marcelo Wiecheteck, que atua como Head de Desenvolvimento e Projetos Estratégicos na STCP Engenharia de Projetos.

 

Ph.D. em mercado de produtos florestais e especialista em investimentos sustentáveis, Wiecheteck compartilhou com o blog sua visão sobre a importância dessa data e os desafios da manutenção de florestas nativas e plantadas para o equilíbrio dos diversos ecossistemas existentes no planeta.

 

“Elas desempenham múltiplos papéis que são essenciais na manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar humano. Respondem pela proteção e manutenção da biodiversidade, contribuindo no ciclo de nutrientes e das águas, na estabilização do solo e controle de erosão, no sequestro de carbono, na regulação do clima e, de fundamental importância, no fornecimento de recursos naturais na forma de bens e serviços para a sociedade”, indica.

 


O Papel das Florestas na Sustentabilidade

 

Ele explica que a gestão e o manejo adequados das florestas, sejam nativas ou plantadas, são fundamentais para manter o equilíbrio entre os serviços ecossistêmicos e o atendimento às necessidades humanas com produtos florestais madeireiros e não madeireiros (como alimentos, medicamentos, fitoterápicos, óleos e resinas, fibras, folhas, cascas e sementes, etc).

 

Já as florestas plantadas também desempenham um papel fundamental na sustentabilidade ambiental. Elas contribuem no combate à erosão do solo, regulam a qualidade da água e fornecem refúgio para a vida selvagem.

 

Além disso, proporcionam a geração de emprego e renda para a população e sequestram carbono. No Brasil, o setor de base de florestas plantadas contribui diretamente na proteção de área expressiva de cobertura de vegetação nativa em propriedades rurais, em percentual que vai além do cumprimento da legislação. Segundo a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), os mais de 9 milhões de hectares com silvicultura do setor estão associados à manutenção de cerca de 6 milhões de hectares de áreas nativas na forma de Áreas de Preservação Permanente (PPPs), Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

 

"Isto é, para cada 100 hectares com floresta plantada, o setor conserva em média quase 70 hectares adicionais de área com vegetação natural nos diferentes biomas do país. Adicionalmente, absorvem quase 2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente da atmosfera”, explicou Wiecheteck, conforme estimativas da IBÁ.


 

Os desafios na Gestão e Proteção das Florestas

 

Ainda assim, a produção florestal e a preservação dos ambientes naturais enfrentam diversos desafios frente ao desenvolvimento. Entre eles, o desmatamento e incêndios florestais, uma das principais ameaças no mundo, fragmentação de habitats que interrompe a conectividade entre remanescentes da vegetação, exploração ilegal e comércio de madeira e de animais silvestres, além de pressões sociais e econômicas.

 




“Outro desafio à proteção das florestas é observado com as oscilações e mudanças climáticas, com o aumento da frequência e intensidade de secas, inundações, tempestades e pragas que também representam sérias ameaças à proteção ambiental e florestal. Exemplo recente fica evidenciado com perdas de áreas de proteção ambiental com as enchentes registradas no Rio Grande do Sul”, complementa Wiecheteck.

 

Desafios que podem ser superados com ações coordenadas em diferentes escalas (local, nacional e global), somada a solução de conflitos pelo uso da terra, governança e políticas eficazes capazes de enfrentar, pressões econômicas e sociais e o acesso à tecnologia e conhecimento. “O que inclui a implementação de políticas apropriadas ao uso e proteção das florestas, adequação da legislação, promoção de práticas sustentáveis de manejo florestal, e o investimento em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) para monitorar, proteger e manejar as florestas”, explica.

 

 

O estímulo ao desenvolvimento das atividades econômicas em harmonia com a proteção ambiental

 

Com larga experiência no setor florestal, Wiecheteck reforça que é possível conciliar atividades econômicas com a proteção ambiental por meio da adoção de práticas sustentáveis. Ele destaca que através da criação de valor para os ativos ambientais é possível estimular a proteção e a conservação do meio ambiente.

 

Ressalta ainda a importância de incorporar critérios ESG (ambiental, social e de governança) aos negócios, a adoção do manejo florestal sustentável em áreas nativas e uma silvicultura responsável em florestas plantadas. Além da implementação de selos de certificação florestal que garante uma produção baseada em critérios e princípios sustentáveis.

 

Também menciona, como estímulo às atividades econômicas conciliadas com a proteção ambiental, o desenvolvimento de mercados verdes, a criação de mecanismos financeiros inovadores como o de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) - com participação social e o envolvimento das comunidades, os incentivos à inovação e tecnologias verdes, a educação ambiental, e a capacitação de mão de obra para práticas sustentáveis.

 

“Estes e outros estímulos devem vir também a partir de ações dos diferentes níveis governamentais, que promovam uma economia verde, políticas e regulamentações adequadas às atividades que diretamente contribuem para a proteção ambiental, a exemplo do setor florestal organizado. Exemplo neste sentido que acabou de se concretizar foi a promulgação da lei 14.876 em maio/2024 que reconhece a Silvicultura como atividade não poluidora, representando um grande avanço para o setor de florestas plantadas”, lembrou.

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